Rio - ‘Não tem o funk ostentação? Eu faço o funk sedução!”, diz Gabriel Marins, o popular Biel, 19 anos. Funkeiro do interior paulista, nascido em Lorena e hoje morando em Mogi das Cruzes, ele se lançou no YouTube como o ‘Justin Bieber brasileiro’, usando um visual parecido com o astro pop canadense. Contratado pela Warner para lançar um EP digital, abandonou o prefixo ‘MC’ que usava anteriormente no nome (igual a Annita e Ludmilla, ambas da mesma gravadora) e solta a voz em funks como ‘Pimenta’ (“açúcar é o c.../mamãe me passou pimenta/ô mulher, quero ver se tu aguenta”) e ‘Boquinha’.
‘Cara, eu nunca namorei sério na vida e agora mesmo é que não vou namorar, né? Sempre fui moleque-piranha’, Gabriel Marins, o Biel
Graças à fama, confessa ele, a vida afetiva anda bem movimentada. “Cara, eu nunca namorei sério e agora mesmo é que não vou namorar, né? Sempre fui moleque-piranha”, brinca Biel, fazendo questão de avisar que respeita bastante as fãs. “O sentimento de fã para ídolo é tão natural e bonito que se for rolar alguma coisa além disso, pode estragar esse relacionamento. Agora, elas sempre aparecem com as primas, a irmã, a tia, as mães, e aí...”, brinca. Mas até as mães? “É, ué!”
O garoto iniciou sua carreira musical no funk ostentação. “Mas depois começou aquela coisa do Ministério Público caindo em cima das crianças que cantavam funk, e meu funk não era nem ostentação nem ‘putaria’. Fui dar uma entrevista num programa de TV (o ‘Hora do Faro’, de Rodrigo Faro), o apresentador falou isso e adoramos”, diz.
O sucesso como cover do gringo começou quando, levado por um amigo, subiu ao palco num show de Ludmilla e foi apresentado por ela com um: “Ih, o Justin Bieber tá aqui no palco!” Hoje é amigão dela. “Depois desse show, a gente manteve contato. Não tinha nem WhatsApp na época, era tudo por MSN, lembra como era?”, pergunta. Será que um dia não rola um enrosco com a cantora de ‘Te Ensinei Certim’, não, Biel? “Ahaha, quem sabe, né?”, brinca ele, também amigo de Nego do Borel e fã de uma galera nova do funk e do rap.
Mesmo correndo atrás da sua própria identidade e fazendo um som bem diferente do cantor de ‘Baby’, Biel é realmente a cara de Justin. E as fãs do canadense, será que não se importam com isso? “Nada, elas foram essenciais para eu estar aqui. Tem muito fã-clube que é meu e dele junto. Somos todos ‘Beliebers’ (apelido usado pelas fãs de Bieber). E já tem gente copiando meu visual. Assim como eu tive que me espelhar em alguém, tem gente se espelhando em mim. Juntos vamos além!”
A inspiração para a música veio de casa. O pai tem uma empresa de shows e foi DJ nos anos 80. “Eu gostava de Bros, Rouge... lembra deles? Backstreet Boys, Bonde do Tigrão, MC Marcinho... Mas meu pai não deixava eu colocar CD deles no carro e eu ouvia o que ele gostava. Bom, hoje tenho meu próprio carro e lá ouço o que tô a fim”, ostenta, rindo. “Meu pai ouvia U2, Rolling Stones, Barão Vermelho e passei a gostar também”. Antes da fama na web, foi modelo e dançarino de freestep, e costumava colocar vídeos dos seus ensaios no YouTube. Começou a cantar funk numa festa de amigos e decidiu que queria se envolver mesmo era com música. “Cheguei a pensar em fazer Medicina e até passei no vestibular para Administração. Fiz três meses de faculdade, mas abri mão”, conta o funkeiro quase universitário.
Os 18 milhões de views de clipes como ‘Pimenta’, no qual aparece em cenas de pura safadeza com umas mulheres (“rolou uma casquinha com elas, né? Sempre legal para ajudar a desenrolar o clipe”, brinca) e o visual copiado de Justin acabaram chamando a atenção das primeiras fãs. Biel diz que a divulgação dos vídeos e das músicas foi feita por ele mesmo, no braço, em redes sociais. “Também passava a maior parte do tempo ensaiando. Sempre pensava: e se me ligarem para me chamar para um show?”, recorda o funkeiro, que ainda não se apresentou no Rio. “Mas pode ser até que eu vá morar aí. Meus produtores são do Rio.”
Com o sucesso na internet, vieram situações inusitadas: Biel conta que certa vez foi proibido de entrar em um dos principais shoppings de Mogi das Cruzes por causa da agitação das fãs. “E quando vou jogar bola com meu pai e uns amigos, elas jogam até o celular dentro do clube para eu tirar foto e devolver para elas”, diz.
Creditos: O Dia
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